28/02/2014


As coisas mudam, outras gastam-se. Nada dura para sempre, é verdade, e muitas vezes vai-se ficando, vai-se gastando até à última réstia o que tanto lutamos por manter. Gastamos o que nos unia, sobrando um pouco disto e daquilo, que mal serve para nada. 
A união já não aproxima as nossas personalidades, que mais se afastam do que combinam. A ternura e o carinho, foram desvanecendo na frieza das palavras que, a cada momento, pareciam ter mais a apontar do que a salvar. O desconforto ocupou-se do espaço onde as ações prezavam o lugar de qualquer palavra. 
Vivíamos assim, da beleza dos momentos, onde eramos inocentes entre nós. Onde agora nunca pensei pesarem mais as palavras que não dizes, do que tudo o que temos a perder. 
Desgastaste-me, gastaste a beleza e a ternura com que sempre me ocupaste. Perdeste a essência, perdeste-me algures onde partilhaste tudo sem partilhar o coração. 
E continuas aqui, esperando eu que se gastem as memórias, o inesquecível, o porquê de seres o que nunca ninguém foi. Apenas permanece a tristeza, na certeza de que, um dia, não serás mais do que alguém. 
Amei-te com a maior amizade e o maior amor, mas as coisas gastam-se e, certamente, mudam. 
Take care.

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