Nasce o sol ofuscando as cores nocturnas, espelhando os seus reflexos nos tons primaverais e acalorados. Por entre um longo tapete relvado, salpicado por jovens flores, ela passeia o seu vestido branco. As árvores ostentadoras contrastam com a timidez do florescer, não temendo partilhar a sua liberdade com o pensamento poeta de uma alma sedente de inspiração. 

Ela sorri aos desabafos, guardando-os nas suas palavras, rabiscadas com carinho e ternura. Apenas tal mente sonhadora ouviria o que se diz por entre estas formas quentes de primavera. E ela guarda no seu coração as melodias e os segredos encantadores  que lhe são confidenciados. 

E pela tinta impressa no papel fala do mundo ao mundo, com palavras sábias de quem muito viaja por entre as ideias. 

Continua vagueando sem rumo, calcando velhas palavras e memórias lançadas ao rio, admirando sempre o sol e indesejando as sombras obscuras.